10 de Setembro de 2019
Nova espécie de peixe-elétrico descoberta na Amazônia emite 860 volts
O pesquisador
brasileiro Carlos David de Santana, associado do Museu Nacional de História
Natural do Instituto Smithsonian, em Washington DC, nos EUA, acaba de
publicar uma
grande descoberta em um artigo na revista Nature Communications em conjunto com
um grupo de diversos cientistas, incluindo diversos brasileiros.
A pesquisa de
cinco anos resultou na descoberta de duas novas espécies de peixe elétrico -
uma delas é capaz de dar uma descarga de até 860 volts, a maior voltagem já
registrada em um animal. Até então, o recorde era de 650 volts.
O poraquê é um
peixe-elétrico que vive na América do Sul e pode chegar a 2,5 metros de
comprimento. Há cerca de 250 tipos de peixes-elétricos, que produzem descargas
fracas, usadas para navegação e comunicação. O poraquê é o único que produz
descargas elétricas fortes, usadas para caça e defesa. Elas são produzidas por
três órgãos elétricos no corpo.
Até agora
acreditava-se que existisse apenas uma espécie de poraquê: a Electrophorus electricus,
descrita em 1766 pelo naturalista sueco Carl Linnaeus. Mas duas novas espécies
foram descobertas, diferenciadas pela voltagem das descargas elétricas emitidas
e um processo de sequenciamento de DNA.
O "fato de
duas novas espécies terem sido descobertas 250 anos depois da primeira do grupo
ter sido descrita é um exemplo da enorme biodiversidade que existe na
Amazônia", diz Santana.