21 de Setembro de 2017
Milionária britânica desaparecida é encontrada vivendo nas ruas de Milão
Uma milionária britânica que havia desaparecido há
dois anos foi encontrada em Milão enquanto vivia como uma sem-teto dormindo em
cima de uma grade de ventilação em uma praça da cidade italiana.
Ariane Fuk, britânica de origem iraniana de 50 anos,
estudou em Cambridge e fala quatro línguas. Passava boa parte do ano em um
hotel de Milão, frequentando os ambientes da elite econômica e cultural local e
visitando museus, galerias de arte e monumentos históricos.
Segundo o jornal italiano "Corriere della Sera",
Ariane desapareceu em janeiro de 2016. A família, com a qual tinha um
relacionamento complicado, desconfiou somente meses depois da ausência, pois a
mulher - que também é apaixonada por viagens - costumava não se comunicar por
várias semanas com seus parentes.
A irmã de Ariane, Laila, que mora no Reino Unido,
percebeu que algo estava errado e denunciou o desaparecimento para a Scotland
Yard, a polícia londrina, para que começasse as buscas. A polícia britânica,
todavia, não conseguiu localizar Ariane, e a irmã então decidiu contratar uma
empresa de investigadores particulares italianos.
Eles procuraram por mais de seis meses em toda a
cidade, tendo apenas uma fotografia da mulher como apoio às buscas. Ela tinha
deixado o hotel de luxo onde residia sem dar explicações, e sem retirar seus
pertences do quarto que ocupava, o que gerou temores de que ela teve um
acidente ou morreu.
Investigadores vasculharam os ambientes da
criminalidade milanesa, refeitórios beneficentes e locais onde dormiam os
sem-teto, até que, por acaso, um morador de rua afirmou ter visto uma mulher
parecida com Ariane, que dormia no centro da cidade italiana.
Após vários dias de buscas noturnas, Ariane foi
encontrada dormindo em cima de uma grade de ventilação do metrô de Milão numa
praça perto de um hotel de luxo. Ela estava transtornada e, segundo a mídia
italiana, havia sido vítima de um "apagão mental".
"Estou confusa, não sei explicar ainda o que
ocorreu. Apenas lembro que morei desde sempre na rua. Escolhi viver assim.
Muitos cidadãos se ofereceram para me ajudar, mas sempre recusei", disse a
mulher depois de ter sido levada à delegacia, segundo o "Corriere".
Sua versão dos fatos, no entanto, pareceu confusa. Tanto que Ariane foi levada
para um hospital para que se investigassem as possíveis causas do "apagão
mental".
Segundo a mídia britânica, Ariane sofreria desde os
20 anos de transtornos mentais e foi cuidada pelos seus pais até a morte de
ambos, há cinco anos. A partir daquele momento, Ariane começou a recusar
medicação alegando que os remédios a estavam envenenando.
Sinais da doença começaram a se manifestar com maior
evidência em 2011, quando Ariane abriu um novo perfil do Facebook com o nome
"Princesa Ariane Lak". Ela passou a afirmar ser uma descendente da
dinastia real iraniana, a Monarquia Qajar, e ter "milhões de seguidores em
todo o mundo". As autoridades italianas entregaram Ariane aos cuidados da
irmã.