18 de Março de 2017
Descoberta a primeira rã fluorescente
A fluorescência em rãs foi observada pela primeira
vez por cientistas. A descoberta foi feita em exemplares da espécie Hypsiboas
punctatus, comum na América do Sul, que, em um ambiente escuro com luz
ultravioleta, apresenta uma iluminação própria, com um intenso brilho verde. A
propriedade foi descrita na revista científica Proceedings of the National
Academy of Sciences (PNAS) e, além de ser rara em animais terrestres, nunca
havia sido identificada em anfíbios.
A descoberta se deu em laboratório, quando a equipe
de pesquisadores da Universidade de Buenos Aires e da Universidade de São Paulo
(USP) estudava a origem metabólica dos pigmentos de rãs. Nos testes com os
animais em cativeiro, eles identificaram o pigmento biliverdina, que provoca
fluorescência vermelha em alguns insetos, nos exemplares da Hypsiboas
punctatus. Mas, ao exporem os animais à luz ultravioleta, os cientistas ficaram
surpresos ao ver um brilho esverdeado.
"Detectamos esta fluorescência tão intensa que
ficamos emocionados", relata Julián Faivovich, pesquisador do Conselho Nacional
de Ciência e Técnica (Conicet), integrante da Faculdade de Ciências Exatas e
Naturais da Universidade de Buenos Aires e um dos autores do estudo. Ele
explica que o fenômeno é uma "questão metabólica e fisiológica presente na
espécie".