15 de Setembro de 2014

Após greve, servidores da Unicamp voltam ao trabalho nesta segunda

Após 112 dias de greve, os servidores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) retornam ao trabalho, na manhã desta segunda-feira (15), com a proposta de normalizar no prazo de até dez dias os serviços afetados durante o movimento por reajuste salarial. A maior paralisação na história da instituição foi encerrada quinta-feira, após a categoria aceitar a proposta da reitoria para abono de 28,6%. Os docentes, representados por um sindicato específico, haviam retomado as atividades em agosto e também aceitaram o novo acordo.

"Algumas bibliotecas e laboratórios serão reabertos. Além disso, também voltam os funcionários que são responsáveis por trâmites burocráticos da área de pesquisa", explicou a diretora do Sindicato dos Trabalhadores (STU), Margarida Barbosa. Segundo ela, as aulas de alguns institutos de ensino e os atendimentos nas creches também serão regularizados neste prazo.

A entidade informou que irá organizar um calendário para elaborar as reivindicações específicas da categoria, mas agora os debates com a reitoria irão ocorrer sem paralisação. Durante a greve, a universidade precisou alterar o calendário e adiou, de 4 de agosto para 1º de setembro, o início do segundo semestre letivo para os alunos da graduação e da pós-graduação. Parte dos estudantes apoiou o movimento e volta às atividades nesta semana.

Greve histórica
Para a Unicamp, antes desta paralisação, a greve mais longa ocorrida foi em 1988 e teve duração de 68 dias. O STU, entretanto, considera que foram 84 dias de movimento, entre dezembro daquele ano e 1989, em que a categoria, ao lado de professores e do funcionalismo público, reivindicaram aumentos salarias e investimentos nas universidades.

A universidade 18,3 mil alunos na graduação e 16,1 mil na pós-graduação, em 68 cursos, além de 1,9 mil estudantes no Colégio Técnico de Campinas (Cotuca). Nos campi da Unicamp em Campinas e Limeira (SP) trabalham 2 mil professores e 7,8 mil técnicos administrativos.

Docentes
A Associação dos Docentes da Unicamp (Adunicamp) também aprovou, durante assembleia realizada na quinta-feira, a proposta de complemento do abono dos professores, que já haviam aceitado o percentual de 21% para retomar as atividades. A greve dos docentes foi suspensa em 1º de agosto e, nesta quarta-feira, a reitoria ofereceu um adicional de 7,6% para equiparar o abono deles ao oferecido para os demais servidores, que continuavam parados.
Segundo a entidade, apesar de ter aceitado o acordo da reitoria, os docentes decidiram manter o estado de mobilização, o que significa que as lideranças acompanharão ativamente o andamento das negociações com as outras universidades e demais categorias com abertura permanente para novas assembleias, caso haja necessidade de votar o retorno à paralisação.
Conquistas
Os funcionários e docentes  das três universidades estaduais de São Paulo entraram em greve após a decisão do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulista (Cruesp) de congelar os salários e só retomar a negociação de reajuste em setembro deste ano, quando, então, foi definido um aumento salarial de 5,2% aos servidores. O percentual de aumento oferecido, no entanto, será dividido em duas parcelas, uma em setembro e outra em dezembro.
Na quarta-feira, durante reunião do Cruesp, o percentual de ajuste foi ratificado e os reitores determinaram que a negociação de abono seria feita individualmente por cada uma das universidades com os respectivos sindicatos. Diante disso, a Unicamp apresentou a proposta de de 28,6%, além da isonomia de salários em relação às outras estaduais.

Fonte: http://g1.globo.com/

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