A antiga garagem da padaria, que antes abrigava as Kombis para entrega de pães e outros pedidos, passou por uma enorme metamorfose e recebe hoje, clientes de toda a região. Alguns vêm até da Capital atraídos pelos pratos caseiros e os sabores irresistíveis. 

Tempero de ?vó? ? O fogão à lenha é um diferencial, mas também uma homenagem às gerações da Família Piva. ?O fogão à lenha me lembra do sítio e do tempero da minha avó?, conta nostálgico, Welington Piva, proprietário do Restaurante Mombuca. 

O cardápio de dar água na boca é sucesso entre os amantes da gastronomia caipira. Impossível resistir às diversas opções que mudam a cada dia da semana. Entre os carros-chefes o virado à paulista com todas as suas guarnições; a costela assada que derrete na boca; a feijoada completa; a rabada com polenta; o pernil assado à pururuca e o festival de peixes: cação, merluza e bacalhau com batatas. 

A decoração típica também é ecologicamente correta. As janelas e as mesas são de materiais recicláveis e de madeira de demolição como assoalho de banco e cruzetas de poste. O carro de boi, símbolo do cenário rural, ganhou refrigeração e tornou-se o espaço das verduras, saladas e legumes. Um imenso relógio antigo no canto direto da parede remete à Estação Ferroviária de Americana. E o riscador e o arado, ferramentas do trabalho rural, também ganham destaque na decoração. Peças artesanais de barro como namoradeiras e galinhas d?angola e cortinas de juta e chita completam a ambientação idealizada pelo proprietário e o arquiteto André Zazeri. 

O restaurante tem uma história curiosa. O proprietário Welington Piva já foi bancário, trabalhou em indústria de celulose e foi empresário do ramo de tecidos, mas sempre teve um quê especial pela gastronomia. Cresceu entre as panelas, já que sua mãe, Shirley Viel, a ?Dona Duda?, foi proprietária do primeiro restaurante às margens da Via Anhanguera. Isso, lá na década de 60.

A ideia da implantação da padaria surgiu nos anos 90, quando o bairro era um verdadeiro descampado sem asfalto, esgoto ou iluminação pública. ?A padaria foi montada numa parte de um alqueire de um sítio. Um negócio bastante arriscado porque na época a quantidade de moradores era bem pequena, cerca de 20% do que é hoje?, explica Welington. ?Praticamente no mesmo período, o CCA (Clube dos Cavaleiros de Americana) comprou o primeiro sítio e a Festa do Peão passou a acontecer no recinto próprio. Como na época não havia telefone no bairro, as ligações aconteciam numa Central Rural na Fazenda Santa Lúcia onde muitas vezes eu ajudava com os recados já que estava sempre por aqui. Assim surgiu a amizade e parceria com a diretoria e o Rodeio de Americana?, conta Welington, que hoje alimenta todos os profissionais envolvidos na montagem da arquibancada e da estrutura do evento. 

Da padaria nasceu em anexo, o restaurante para atender um novo nicho de mercado. Com a chegada da festa, o bairro crescia e recebia infraestrutura. ?Todas essas benfeitorias só aconteceram graças ao evento. Nosso bairro se transformou!?, reafirma.